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Memórias da Aldeia do Peso

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Memorial ao Sargento José Paulo dos Santos

29.12.16, José P. Santos

José Paulo dos Santos, 2.º Sargento de Infantaria, da CCac165/BCac158

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 HONRA E GLÓRIA

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 José Paulo dos Santos

 

2.º Sargento de Infantaria

 

Companhia de Caçadores 165

 

Batalhão de Caçadores 158

 

Grau de Cavaleiro, com palma, da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito

(Título póstumo)

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José Paulo dos Santos, 2.º Sargento de Infantaria, natural da freguesia do Peso, concelho da Covilhã, filho de Manuel Paulo e de Maria José dos Santos.

Mobilizado pelo Regimento de Infantaria 2 (RI2 - Abrantes) para servir Portugal na Província Ultramarina de Angola integrado na Companhia de Caçadores 165 do Batalhão de Caçadores 158.

Tombou em combate no dia 16 de Abril de 1963, em Catalabanza.

Está sepultado no cemitério da freguesia da sua naturalidade.

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2.º Sargento de Infantaria 

JOSÉ PAULO DOS SANTOS


CCac 165/BCac 158 - RI 2 
ANGOLA


Grau: Cavaleiro, com palma (Título póstumo)


Transcrição do louvor concedido pelo Ministro do Exército e publicado na OE n.º 28 - 3.ª série, de 1963:

Manda o Governo da República Portuguesa, pelo Ministro do Exército, louvar, a título póstumo, o 2.º Sargento de Infantaria, José Paulo dos Santos, da Companhia de Caçadores n.º 165, do Batalhão de Caçadores 158, do Regimento de Infantaria 2, que morreu em Angola gloriosamente em frente do inimigo no cometimento de excepcional acto de abnegação e coragem, ao lançar-se sobre uma granada de mão defensiva que, lançada pelo inimigo, caíra entre os homens da Secção de atiradores que comandava.

Conseguiu o 2.º Sargento Santos, com a dádiva da sua vida, não só evitar a perda dos seus homens, mas também que a Secção, galvanizada por tão alto feito, reagisse de tão excepcional maneira que supriu a desvantagem em que se encontrava e acabasse por pôr o inimigo em fuga.


Ministério do Exército, 17 de Setembro de 1963. 
O Ministro do Exército, Joaquim da Luz Cunha.


Transcrição do Alvará publicado na OE n.º 36 - 3.ª série, de 1963:

Considerando as qualidades verdadeiramente extraordinárias de Chefe e condutor de homens reveladas em combate;


Considerando que, em Abril de 1963, quando seguia com a sua Secção na testa de um grupo de combate em operações na região de Catalabanza, enfrentou com grande calma e domínio absoluto da força que comandava, um ataque de aguerrido grupo de terroristas;

Considerando que, no decorrer do combate, ao aperceber-se de que caíra entre os seus homens uma granada de mão defensiva, arremessada pelo inimigo e que ao deflagrar não deixaria, certamente, de produzir-lhe elevado número de baixas, permitindo, ainda, aos atacantes apoderar-se de armamento, lançou-se sobre ela, evitando, com o sacrifício da própria vida, a perda dos seus subordinados; 
Considerando o acto consciente praticado de excepcional heroísmo, abnegação e coragem;

Por Alvará de 15 de Novembro do corrente ano, publicado no Diário do Governo n.º 281 - II série, de 30 do mesmo mês, foi agraciado, a título póstumo, com o grau de Cavaleiro, com palma, da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, o Segundo Sargento de Infantaria, José Paulo dos Santos.

Jornal do Exército

 

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José Paulo dos Santos

Nasceu na Aldeia do Peso - Covilhã em 7.11.1930  e faleceu em Angola em 16.4.1963 

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1961. José Paulo dos Santos, foi um dos prisioneiros da União Indiana quando em 1961 esse País tomou o território de Goa, Damão e Diu, que estava sob o domínio português desde o século XV.

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1963 • JOSÉ PAULO DOS SANTOS, 2º Sargento de Infantaria da Companhia de Caçadores nº 165, Grau de Cavaleiro com palma, atribuída a título póstumo. Faleceu em combate em 16 de Abril de 1963. Teatro de operações: Angola.

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TESTEMUNHO

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José Paulo dos Santos com a familia ( Pais e Irmãos )

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Pais e Irmãos de José Paulo dos Santos

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José Paulo dos Santos com familiares

( Esqerda para direita Manuel, Padre António, Irmão Tó, José Paulo e João P. Santos

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José Paulo das Santos com amigos de infância no Peso

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Lisboa - A Rua Sargento José Paulo dos Santos e a Guerra Colonial

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Após o eclodir da guerra colonial em Angola, em Fevereiro de 1961, as atribuições toponímicas da cidade de Lisboa nessa década passaram também a consagrar os militares mortos «ao serviço da pátria», na zona norte dos Olivais, enquanto na zona sul dos Olivais se fixavam os nomes de povoações da Guiné, de Angola e de Moçambique.

E, é neste contexto que o Sargento José Paulo dos Santos, como refere a legenda «Morto em Angola ao Serviço da Pátria – 1963» passou a dar o seu nome à Rua G da Zona dos Olivais Norte, pelo Edital de 26/11/1964, que também fixou o Furriel João Nunes Redondo, na Rua F do mesmo local com a legenda «Morto na Guiné ao serviço da Pátria – 1963».

 

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Em Nova Caipemba, a jogar futebol com os meus companheiros

Nem sonhava ser mobilizado, visto que fui para a tropa em 1959 e até já estava em casa a gozar a licença quando fui chamado, em 1961, para ir para a guerra em Angola, que entretanto tinha rebentado. Deixei cá a família preocupada e a namorada. Ela tinha 16 anos quando começámos a namorar, mas é uma brava mulher... esperou por mim e ainda hoje continuamos casados. Já lá vão 47 anos. Embarquei a 28 de Junho de 1961 e cheguei a Luanda a 7 de Julho. Na verdade, quando lá chegámos, a primeira impressão até foi boa. Desfilámos na marginal e ouvia-se muita gente a saudar as forças militares portuguesas. Depois, consoante fomos para o interior, as reacções dos colonos não foram assim tão boas... chegou mesmo a haver escaramuças com civis, pois alguns achavam que era por causa dos ‘piolhos verdes’ – os portugueses – que a guerra estava a acontecer. Passei pelo Grafanil e depois segui para o mato. Estive na zona de Ambriz, Zala, Nambuangongo, sempre com a missão de patrulhar e defender o mais possível as posições portuguesas. Arriscava-se muito. Como era condutor, deixava os camaradas na mata e depois ia por picadas buscá-los ao outro lado. Eram oito a nove horas de viagem para os condutores, sozinhos. Muitas vezes havia escaramuças pelo caminho. Mas, na altura, era tão magrinho que costumava dizer que os terroristas eram incapazes de me acertar. Cometemos alguns actos de loucura (não de heroísmo!). Da primeira vez que fui atacado, saltei do jipe com a arma na mão e, em vez de me esconder, subi para cima do capot para disparar e ver se via o inimigo. Só dei um tiro, pois a arma encravou logo de seguida. Mas tal como ainda costumo dizer, tinha a minha avó a proteger-me lá em cima... MORTE BRUTAL Aí nessa mesma zona, vi morrer o sargento José Paulo dos Santos, que se atirou para cima de uma granada para salvar a vida dos homens que estavam sob o seu comando. No dia anterior à sua morte, tinha-lhe perguntado como era combater na Índia, pois acabara de chegar de lá. E ele respondeu-me que não sabia comparar, pois ali, em Angola, nunca tinha entrado em combate. E logo a seguir perdeu a vida. Os nossos postos de vigia eram altos, montados sobre colunas para estarmos ao abrigo do fogo raso. Havia lá um negro em quem tínhamos confiança, mas que começou a ir a todos os postos ver o que lá se passava. Desconfiámos e fizemo-lo prisioneiro. Depois viemos a descobrir que ele pertencia aos terroristas: recolhia as balas para lhes dar. Conseguiu libertar-se das cordas e fugir e quando já íamos no seu encalço, apareceram outros para o salvar... Houve também um rapaz que teve de ser evacuado porque enlouqueceu: tinha visto um camarada a ser assado no espeto como um animal na aldeia do inimigo. Tinham sido emboscados. Esse rapaz tinha conseguido fugir, mas perdeu o tino. Em Angola não se sofreu só com a guerra. Quase não tínhamos o que comer e, carne, só se a fossemos caçar. A única coisa que havia eram cabeças de porco já com o bicho da vareja. Lembro-me também duma vez em que dei com uns piolhos enormes a subirem pelas minhas pernas. É claro que nos divertíamos. Em Nova Caipemba, apareceu, uma vez, uma banda para tocar para os soldados e eu acabei por subir ao palco. Quando dei conta até já tinha acompanhamento de guitarra e bateria. Jogávamos também à bola ou à batota. Na verdade, tenho boas memórias e saudades de algumas coisas, por exemplo as mangas, abacaxis e bananas, tão doces...

PERFIL Nome: João Quintão Comissão: Angola (1961-1963) Força: Companhia 165 Batalhão 158 Actualidade: 73 anos, reformado, vive nas Mercês, Rio de Mouro, Sintra 

Ler mais em: http://www.cmjornal.pt/mais-cm/domingo/detalhe/nao-sofriamos-apenas-com-a-guerra

BOLETIM INFORMATIVO "A VANGUARDA DO PESO" MAIO 1990

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